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"Celular será porta de entrada para internet"

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Mensagem  Admin Seg Jun 16, 2008 10:28 am

Em entrevista publicada pelo jornal francês "Le Monde" e reproduzida pelo caderno Mais deste domingo, o evangelista-chefe do Google, Vinton Gray Cerf, afirma que, para grande parte da população, o primeiro contato com a internet virá pelo celular e prevê um novo conceito para definir a rede.

Cerf prega a disseminação da internet. Esse é seu cargo na corporação Google, líder nesse mercado: evangelista-chefe de internet, além de vice-presidente. Mas Cerf, 64, é mais conhecido como pai da internet, por haver criado, com Robert Kahn, os protocolos TCP/IP, parte da estrutura básica de funcionamento da rede mundial --em breve interplanetária, se depender dele-- de computadores.

Leia abaixo trechos da entrevista. A íntegra está disponível para assinantes da Folha e do UOL.

PERGUNTA - O sr. fez parte do grupo que conceituou a internet. Como vê a evolução da rede mundial?

VINTON CERF - Hoje em dia, muito mais gente tenta inovar na internet. Para descrever seu modo de evolução atual, muitas vezes recorro ao modelo do formigueiro. Caso você observe duas ou três formigas ao longo de todo um dia, é provável que pouco aconteça de interessante. Mas há milhões delas no formigueiro. E, a cada dia, uma ou duas formigas descobrem alguma coisa que beneficiará todas. A internet funciona assim.

Com quase 1,3 bilhão de usuários --o equivalente a cerca de 20% da população mundial--, novas experiências são realizadas a cada dia.

Fico sempre um pouco febril ao ler as páginas de negócios da imprensa, porque muitas vezes descubro ali que alguém inventou um novo uso para a internet, ao qual teremos de nos adaptar, uma vez mais.

PERGUNTA - Como a web 2.0 contribui para novos usos da rede (blogs, chats, trocas de arquivo)?

CERF - A meu ver, o termo 'web 2.0' é basicamente um slogan de marketing. Dá a entender que uma nova geração da web apareceu.

Acredito, em lugar disso, que a internet se transforma de acordo com um modelo de coevolução. Interage com tudo que a cerca e, então, se adapta. As novas aplicações levam a rede aos seus limites e forçam a criação de novas soluções técnicas.

Isso posto, devo reconhecer que certas inovações associadas à web 2.0 são um fato. No passado, os primeiros sistemas de troca de informações entre empresas não funcionavam bem por falta de padronização --e foi isso exatamente que a web 2.0 veio a fornecer.

E o avanço chegou em um bom momento. Nos EUA, os grandes investimentos realizados para enfrentar o bug do milênio, antes de 2000, permitiram automatizar a atividade interna das empresas.

Resta efetuar a etapa seguinte: automatizar o intercâmbio de informações entre empresas. E que melhor ferramenta para isso do que a internet?

PERGUNTA - E quanto ao comércio eletrônico?

CERF -Tomemos por exemplo uma empresa que disponha de uma lista de apartamentos para alugar em Dallas, no Texas.

Ela pode inserir essas informações no Google Maps. Quando uma pessoa está procurando casa, o banco de dados da imobiliária mostra todos os apartamentos que atendam aos critérios especificados.

Uma empresa assim estaria utilizando os recursos da web para aumentar o valor de suas informações.

PERGUNTA - Podemos esperar aplicações semelhantes para celulares?

CERF - Com certeza. Trata-se de um objeto que a pessoa carrega aonde quer que vá. Pode-se, nesse caso, apresentar perguntas que não fariam sentido caso o sistema de informação associado desconhecesse sua localização. Procurar o cinema mais próximo, por exemplo.

Os aparelhos móveis abrem as portas à obtenção de informações geograficamente indexadas de grande valor. Já existem 3 bilhões de celulares no mundo, dos quais 15% são capazes de acesso à internet, ou seja, quase meio bilhão de aparelhos. No futuro, para fração significativa da população, o primeiro contato com a internet acontecerá via celular, e não pelo computador.

PERGUNTA - Usar o celular torna menos confortável a utilização da internet?

CERF - À primeira vista, sim. A tela não tem tamanho parecido. Quanto ao teclado, seria ótimo se nós tivéssemos dez centímetros de altura. Mas quase todos nós somos maiores.

É preciso, assim, imaginar novas práticas. O celular que possa detectar a presença de uma tela de computador no local --não haveria motivo para que a informação não pudesse ser transmitida para ela e exibida. O mesmo vale para um teclado sem fio.

As pessoas estão tão acostumadas a usar a internet com um aparelho por vez que nem imaginam que um celular poderia se tornar o coração de uma pequena rede.
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